Câmara Municipal debate ações de combate a dengue em Taboão da Serra

A Comissão de Saúde Pública da Câmara Municipal de Taboão da Serra realizou na manhã desta quinta-feira, dia 26, a primeira audiência pública do ano. O tema da reunião foi o combate a dengue na cidade, doença que, segundo especialistas da área, deve ter um número maior de infectados neste ano em todo país.

Segundo a presidente da Comissão de Saúde, vereadora Joice Silva, a audiência foi marcada para iniciar uma campanha de prevenção o mais cedo possível em Taboão da Serra. “Temos dados que a doença pode ter um pico em todo Brasil neste ano, inclusive as notificações começaram mais cedo neste ano. Queremos desenvolver uma campanha para alertar a população o quanto antes”.

Os dados apresentados são preocupantes. Até o dia 23 de fevereiro foram registrados 67 mil casos de dengue no Brasil, o dobro do ano passado no mesmo período. No Estado de São Paulo, sete pessoas já morreram devido a doença que está mais agressiva, o que dificulta o tratamento. Em Taboão da Serra foram 47 casos notificados, cinco confirmados (todos eles importados) oito descartados e 34 ainda em verificação.

A audiência pública contou com a presença da secretária de saúde Dra. Raquel Zaicaner, que explicou como o mosquito Aedes aegypti está mais resistente as nebulizações e que o Brasil deverá ter um surto da doença neste ano. “A única forma de deter o avanço da doença é acabar com os criadouros dos mosquitos”, garantiu.

A prefeitura começa neste sábado, dia 28, uma campanha de prevenção e conscientização em toda a cidade. Mais de 300 funcionários e agentes da saúde e da zoonose irão visitar todos os bairros de Taboão da Serra distribuindo panfletos e orientando sobre as ações preventivas que os moradores devem fazer para eliminar os criadouros do mosquito.

“80% dos focos do mosquito não estão nas vias públicas, estão dentro das casas. Os moradores precisam eliminar toda a água parada, tem lugar que ninguém está acostumado a imaginar, mas é ali que o mosquito se prolifera. Na bandejinha que fica atrás da geladeira, no pote onde o cachorro toma água e até no copo onde as pessoas colocam a escova de dente, se fica um pouquinho de água ali, o Aedes aegypti pode botar os seus ovos”, explicou Dra. Raquel Zaicaner.

A secretária detalhou que os sintomas mais comuns da dengue são febre alta repentina, dor no corpo, dor de cabeça e principalmente dor atrás dos olhos. No caso da dengue hemorrágica o paciente também sente dores abdominais, vômitos frequentes, dificuldade para urinar, pele fria, manchas avermelhadas pelo corpo e a dor começa a se localizar no abdômen.

Segundo Zaicaner, todos os casos suspeitos de dengue estão sendo tratados como se a pessoa tivesse a doença, mesmo antes da confirmação. “Remédio para a dengue é muito prático, é hidratação com água ou soro caseiro, mas a pessoa precisa ficar em repouso, não pode abusar e tem que se hidratar”, instruiu.

O presidente da Câmara Municipal, Cido, lembrou que o poder público deve intensificar a campanha de conscientização e também exigir que proprietários de terrenos baldios e com entulho sejam notificados para eliminar os criadouros. “São medidas simples de informação e de prevenção que podem salvar vidas, evitando que a doença se prolifere na nossa cidade e região”, lembrou.

Participaram da audiência pública os vereadores Joice Silva, Érica Franquini, Ronaldo Onishi, Professor Moreira, além do presidente da Câmara Municipal, Cido. Cerca de 40 moradores e funcionários públicos participaram da reunião, eles puderam fazer perguntas e tirar suas dúvidas sobre a doença.